menu

 

Experiência com Viagem Astral

A J Silva


Como começar...

Como o que tenho a dizer não é ficção, não me sinto na obrigação de guardar as revelações
(se é que haverá alguma) para o final, já que é necessário dizer do que se trata este texto
para que não pareça, a princípio, confuso ou leviano.

Os relatos que se seguirão podem parecer confusos e sem detalhes, pois trata-se, na sua maior parte, de sonhos (como as pessoas comuns denominam este tipo de experiência).

Tudo começou há muito tempo, ainda na primeira infância.

Acredito que todos que aqui chegarem, se lembrarão daquelas terríveis sensações de queda que nos aterrorizam durante aquele período em que não estamos em estado de vigília ou de sono propriamente dito. Não estou falando de pesadelos ou sonhos nos quais caímos de penhascos ou de prédios altos, pois estes, muitas vezes, são sonhos genuínos que ocorrem em estado de sono profundo, o chamado sono REM. Entretanto, por falta de conhecimento,
não sou a melhor pessoa para discorrer sobre isso.

Então passo aqui a narrar os fatos.

Após passar anos tendo essas sensações de queda, como um escorregar pela cama, por baixo dos cobertores sistematicamente, uma noite, há muito tempo, não me lembro exatamente quando, mas já estava na adolescência, resolvi,
após ouvir relatos de viagens astrais,
tentar colocar essas situações sob teste.

À época, eu ainda não conhecia quase nada sobre tais viagens, sendo pouco conhecedor do assunto. Mesmo assim, naquela noite, me deitei na cama (na verdade no sofá da sala, que era onde eu dormia, quando solteiro) de costas, aguardando a sensação de queda.

Após alguns minutos ela veio. Senti como se meu corpo deslizasse por baixo das cobertas. Um medo incrível se abateu sobre mim, mas eu havia me preparado para aquilo.
Conscientemente, me forcei a manter a sensação, não me deixando cair no sono,
sem, no entanto, despertar subitamente.

Senti, como se meu corpo deslizasse no sofá, seguindo em direção aos meus pés.
Algo como se meu espírito se esvaísse de meu corpo, que ficara inerte ali.

Consegui sem maiores problemas andar em volta da sala, sem nunca, no entanto olhar para meu corpo inerte (muitos dos relatos que ouvi posteriormente, falam de pessoas que vêem seus próprios corpos na cama), voltando, minutos depois, para a cama e para o meu corpo, sem, no entanto ter perdido a consciência de estar desperto (Pelo menos mentalmente).

Mais tarde, em outras experiências, pude sentir um pulsar estranho atrás das orelhas, antes de me abstrair do corpo. Algo que se ia tornando mais forte com o passar do tempo
e que culminava na minha saída ou desdobramento.

Nesta época eu já havia descoberto certas capacidades, como atravessar as paredes e flutuar acima das casas na minha rua. Comecei tentando atravessar o vidro da janela, temendo que pudesse ficar preso no concreto e nos tijolos da parede,
o que achei engraçado mais tarde.

Durante esses períodos passei por muitas experiências interessantes,
algumas delas bizarras até.

A melhor de todas foi quando, certa noite, me propus a viajar para fora do planeta. Saí, como sempre fazia, de meu corpo e, atravessando as paredes da casa, saí à rua. Elevei-me a uma altura de uns vinte metros, não ficando muito acima do nível das casas, pois, ironicamente, temia cair de muito alto. Prossegui voando em direção a um lugar chamado “Rocinha”, que nada mais é do que um pasto pertencente a uma clínica psiquiátrica,
e que fica do outro lado da rua onde moro.
Ali, decidi me elevar e, em alta velocidade fui ganhando altitude,
deixando para trás a escuridão da noite.

A uma certa altitude, mirei o Horizonte, observando a beleza do céu naquele ponto, que tinha tons avermelhados devido aos raios do sol que podiam ser vistos por mim dali.
Olhando para baixo ainda podia ver os rios que serpenteiam a minha cidade e,
ganhando mais altura tudo foi se perdendo, na escuridão.
Não tive muitas lembranças a partir dali. Não sei o que ocorreu depois e me ressinto por isto.

Numa experiência semelhante, alguns meses depois, tive uma experiência Fantástica.

Muitos dirão que é coisa de filme de ficção, mas eu garanto que não havia assistido ou lido nenhum conto sobre o assunto até então, apesar de posteriormente ter lido
um livro que me chamou a atenção por conter um relato semelhante.
Trata-se do livro “A Casa Sobre o Abismo” de William H. Hodgson.

Tudo começou mais ou menos como das outras vezes e eu voei em direção ao firmamento e, deixando a Terra para trás segui em direção ao espaço. Neste ponto tenho um lapso de memória, não me lembrando dos momentos a seguir, mas depois disso, me vi em uma espécie de sala que não sei bem como descrevê-la, então nem tentarei fazê-lo aqui. Uma vez ali, fui guiado por um homem, aparentemente normal, a uma espécie de túnel que, na verdade parecia uma escotilha (estranho usar este termo?) de saída daquela sala. Ali, Descobri que não era exatamente uma saída, já que ela se encontrava aberta e eu podia ver do outro lado o espaço vazio à minha frente, sem que o vácuo externo puxasse
todo o ar do ambiente para fora.

Neste instante, descobri que, definitivamente, me encontrava dentro de uma espécie de espaçonave (temo muito usar este termo sem parecer louco).
Não havia outra explicação para o que estava acontecendo ali.

O homem, que me acompanhara até a tal escotilha, me explicava que era de suma importância que eu fosse a um determinado lugar, sem, no entanto me dizer qual a finalidade, enquanto mexia em uns controles na parede.

A seguir a imagem do espaço, à minha frente se distorceu e como que por encanto surgiu a imagem de um planeta. Foi uma incrível experiência, já que pra mim era a primeira vez
que eu via um outro planeta assim, a uma distância tão pequena.

O orbe em questão era de cor marrom clara, e tinha um tamanho consideravelmente maior que a Terra, sem, no entanto ser tão belo o quanto. Não consigo me lembrar de detalhes como topografia e essas coisas, mas lembro que fiquei admirado com aquela visão.

Em seguida, meio sem saber como fui convencido a passar pela entrada da tal escotilha (temo dizer sem parecer bobo, que aquilo era uma espécie de portal) me vi caindo em pleno espaço. Entretanto, não era como estar em queda livre, fora da gravidade. Havia um percurso na queda. Eu seguia, como que em uma estrada
que me levava direto ao interior do planeta.

Segundo depois eu bati estrondosamente na água. Sim. Água. Mergulhei fundo demais, tendo dificuldades em conseguir subir à tona, mas uma vez que consegui
nadei para o que parecia uma praia.

Fiquei de pé, por uns instantes, olhando à minha volta.

A água, onde eu caíra, se tratava de um vasto Oceano. Bobagem citar que era vasto, já que não me seria possível avaliar suas dimensões, mas o Oceano se perdia de vista.

Já a praia...

Olhei para um lado e para outro. Não consegui divisar seu fim, à esquerda ou à direita. Já o Continente, que também não pude, claro, avaliar as dimensões, se estendia em uma planície que se perdia de vista, não havendo nada ali, que não fosse uma grande massa de terra amarelada, não podendo eu afirmar se era desértico ou não.

Ao me encaminhar para terra firme, divisei uma figura se encaminhando em minha direção.

Nada sei do que foi dito ali, mas me parece que era algo importante,
devido ao tom de gravidade do homem. Quisera eu me lembrar.

Só me lembro que ele parecia um ser humano normal. Uma das poucas diferenças que possuía eram dois apêndices que lhe saíam de próximo ao nariz, que deviam medir uns vinte centímetros cada e pareciam ser feitos do próprio material de que era feita a sua pele,
muito semelhante à nossa.

A última lembrança que tenho dessa viagem foi o surgimento de apêndices idênticos ao daquele ser, nascendo em meu rosto. Temi ficar preso naquele planeta, já que parecia estar me tornando um ser dali, despertando logo em seguida, em minha cama e na
segurança da minha casa.

Não sei o que tudo isso significou e espero que um dia descubra,
pois me parecia muito importante.

Muito tempo se passou e minhas viagens astrais, ou desdobramentos, foram se tornando rotina e perderam até mesmo uma certa importância na minha vida, pois o trabalho árduo e minha vida de casado me tomavam muito tempo e, não sei por que motivo, não consigo manter as experiências em um nível satisfatório, caso esteja muito cansado,
tornando meu sono profundo demais para tal.

Mais ou menos nessa época, começaram os sonhos.

Há algum tempo, comecei a sonhar com eles.

É sempre algo relativo a uma invasão, ataque ou algo assim.

De repente me vejo parado do lado de fora de casa e muitas, muitas naves,
tomam o céu pousando aqui e ali.

Seres saem delas seguindo percursos pré-definidos, em grupos pré-definidos, como em uma missão treinada à exaustão. Montam equipamentos recrutam pessoas...

Tenho medo nesses momentos, pois não sei do que se trata. Entretanto em um sonho específico que tive em uma dessas experiências, descobri que aqueles seres queriam ajudar. Estariam comandando uma espécie de evacuação da região, pois algo de ruim ia acontecer.

Não tenho muitos detalhes, pois a maior parte dessas memórias se perderam no meu subconsciente, mas aquilo tudo me parecia um tanto profético. Não é como se eu tivesse vivenciado aquilo, mas sim como se eu estivesse sendo avisado.

Contei à minha mãe sobre esses sonhos e, para minha surpresa,
ela e minha irmã caçula também vinham tendo sonhos idênticos.

Tentei de várias maneiras pouco científicas, provar que o que me acontecia era real, mas nunca obtive sucesso, já que nunca busquei ajuda de profissionais, pois poderia ser visto como louco, ou ser enganado por charlatães.

Essas experiências se repetiram inúmeras vezes durante a minha vida,
mesmo após ter me casado.

 

Voltar